No mesmo dia em que a Prefeitura terminou a desocupação da Praça Clóvis Beviláqua, ex-moradores já prometem voltar ao local. Guarda Municipal prevê efetivo permanente para evitar novas ocupações.
Após a remoção de barracos na Praça Clóvis Beviláqua, conhecida como Praça da Bandeira, no Centro, alguns moradores já voltam aos bancos do local e prometem novas ocupações. “Enquanto não tiver coisa melhor para a gente, vamos ficar por aqui”, conta Francirene Pereira, 41 anos, há quatro meses vivendo na rua.
Ela faz parte do grupo de cerca de dez ex-moradores do local que acompanhava na tarde de ontem a movimentação de guardas municipais e de funcionários da Prefeitura que terminavam a limpeza do espaço desocupado.
“Mandaram a gente sair, mas até agora só tem promessa de onde vão levar a gente”, reclama André Gomes Ferreira, 21, que diz já ter perdido as contas de quanto tempo mora na rua. Além de reivindicar local adequado para moradia, André reclama da ação da Guarda Municipal na retirada. “Chegaram espancando, trataram a gente como se fosse bicho”, descreve.
De acordo com o comandante do Pelotão Comunitário da Guarda Municipal, Paulo Martins, não houve excessos na retirada dos moradores do local, operação que recebeu o nome de “Bandeira da Paz”. Segundo Martins, os guardas precisaram “usar da força” para não permitir que ônibus da guarda fossem depredados.
Martins promete efetivo fixo do órgão, todos os dias da semana, por tempo indeterminado, para evitar o retorno de moradores. De dia, seis guardas e uma viatura devem permanecer no local. À noite, oito guardas devem fazer a vigilância na Praça.
“Do jeito que estava, era difícil até de trafegar. Pra nós não interessa como está a conservação da Praça, cabe à Guarda dar segurança”, argumenta. Ainda segundo Martins, em um dos barracos foram encontradas seis pedras de crack e R$102. Uma pessoa foi encaminhada ao 34° Distrito, no Centro.
Abrigados
Apesar da presença de alguns moradores na Praça, a Prefeitura garante que 39 pessoas que viviam no local, entre elas doze crianças e adolescentes, foram transferidas para um abrigo na Secretaria Executiva Regional I.
Andréia Cortez, coordenadora da Proteção Especial da Secretaria Municipal da Assistência Social (Semas), explica que todos estão sendo atendidos por equipe de saúde e assistentes sociais. Segundo Andréia, a gestão municipal vai dialogar estratégias para abrigar a população do local, o que pode incluir a construção de um “hotel popular”.
Onde
ENTENDA A NOTÍCIA
A Praça Clóvis Beviláqua tem servido de abrigo para moradores de rua desde 2006. Em dezembro de 2009, houve remoção de barracos, mas o local voltou a ser ocupado. Prefeitura promete reforma da Praça até junho deste ano
Thiago Mendes
Fonte: opovo.com.br
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