'Não vai funcionar', diz presidente do sindicato; servidores reclamam da falta de efetivo e de estrutura para combater violência.
A solução adotada pela Prefeitura de Maceió para coibir a violência nas escolas municipais tem recebido críticas por parte dos servidores que cuidam do patrimônio público. Declarando que a falta de efetivo e de equipamentos tem impossibilitado vigilância efetiva nas instituições, guardas municipais consideram que a implantação das câmeras eletrônicas é ‘dinheiro público jogado fora’ e pretendem mobilizar a categoria para reivindicar melhores condições de trabalho.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Guardas Municipais (Sindguarda), Cleif Ricardo, atualmente apenas 10 escolas – das 132 existentes - possuem vigilantes fixos. “É preciso um concurso para contratação de 200 guardas, pelo menos, para conseguir cobrir toda a rede”, relatou. Segundo o sindicalista, a capital alagoana conta com 843 servidores da guarda, distribuídos em secretarias, órgãos públicos, e no trânsito de Maceió.
Além da carência de recursos humanos, os servidores da guarda também reclamam da falta de estrutura. “Os guardas municipais hoje trabalham sem coletes e sem armas, na insegurança. Temos apenas 25 revólveres para mais de 800 seguranças. Apesar de sermos amparados pelo estatuto do desarmamento, que prevê o uso de armas para guardas, a Prefeitura insiste em nos manter na ilegalidade”, emenda.
Apesar das reclamações, não foi desta vez que o Município contemplou os trabalhadores. “Se eles contratassem guardas e comprassem equipamentos, talvez a situação nas escolas resolvessem, mas o que a Secretaria de Educação fez foi gastar mais de um milhão em vigilância eletrônica, para ser administrada por uma empresa terceirizada. Isso não vai resolver”, argumenta. “As câmeras seriam, para nós, mais uma ferramenta para que pudéssemos trabalhar, mas se vai estar com uma empresa privada, do que vai adiantar?”,questiona.
A reportagem da Gazetaweb entrou em contato com a Semed e foi informada, por meio de sua assessoria, que será feito um trabalho em parceria entre a Secretaria, os guardas municipais e o Batalhão Escolar da Polícia Militar. Segundo o órgão, o monitoramento das câmeras ficará instalado dentro do prédio da terceirizada e os policiais e guardas serão informados sobre atitudes suspeitas para dirigirem-se ao local.
Ainda de acordo com a Secretaria, o órgão está realizando um levantamento das escolas com maior incidência de assaltos para implantação dos primeiros equipamentos. A Gazetaweb também contactou o secretário municipal de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania, Pedro Montenegro, mas ele informou que estava em reunião e não poderia responder à reportagem.
Por Wanessa Oliveira
Fonte: gazetaweb.globo.com
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