Cerca de 60 pessoas se reúnem nesta quarta-feira (24) na Praça da Piedade, em Salvador, em defesa do guarda municipal que está preso desde o dia 20 de julho, suspeito de ter raptado e matado uma adolescente de 16 anos, no distrito de Vila de Abrantes, em Camaçari, região metropolitana da capital.
De acordo com a técnica de enfermagem Irailva Lima da Conceição, mulher do suspeito, familiares, amigos da comunidade e colegas de trabalho participam do protesto, que ocorre em frente à sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). No domingo (21), os familiares se reuniram pela primeira vez pedindo a liberdade do guarda durante caminhada no bairro do Curuzu, onde a família mora.
De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), em Camaçari, o inquérito do delegado responsável pelo caso, Marcos Tebaldi, da 26° DT, foi recebido pelo órgão no fim da tarde de terça-feira (23). A assessoria de comunicação da Polícia Civil afirmou para o G1 na segunda-feira (22) que o delegado concluiu o inquérito e indiciou o guarda municipal como autor do crime. Segundo assessoria, o delegado não quer se pronunciar sobre o caso. Em posse do MP, um promotor deverá analisar o inquérito para decidir se irá denunciar o guarda municipal à Justiça.
A prova contra o guarda, segundo a polícia, é que o namorado da vítima observou diversas fotografias e apontou a imagem dele como autor. O namorado acompanhava Adriani Melo de Jesus, 16 anos, na noite de 28 de junho de 2011, quando ocorreu o rapto. O corpo da jovem foi encontrado com três tiros no dia seguinte, em uma estrada vicinal da cidade.
O guarda municipal foi detido por policiais quando saía de um plantão de 12 horas, em Lauro de Freitas, em cumprimento de mandado de prisão temporária concedido pela juíza Mariana Deiró, da 1ª Vara Crime de Camaçari. A mesma juíza acatou o pedido de prisão preventiva no dia 18 de agosto. A polícia, então, apresentou o guarda como principal suspeito no dia 19 de agosto (sexta-feira), no auditório da Polícia Civil, no bairro da Piedade. O guarda municipal tem 44 anos, é casado e mora com seus três filhos.
Mulher de guarda municipal participou de protesto no bairro do Curuzu (Foto: Reprodução/TV Bahia)
A família contesta a acusação, alegando que no dia do crime, o guarda municipal deixou o plantão pela manhã e passou o resto do dia no bairro do Curuzu, onde mora, com a família.
“Ele estava aqui, estávamos comemorando São Pedro, como acontece todo ano. Deve ter uma coisa muito grande por detrás disso, meu marido é inocente”, disse a esposa. “E o verdadeiro culpado vai ficar solto? O retrato falado é totalmente diferente, não condiz com a imagem dele. Esta prisão dele é totalmente incorreta, porque até o DNA, que nós estávamos esperando, com certeza tiraria a prova de que ele não tem nada a ver", completa.
Crime
Segundo a família, Adriane voltava a pé da casa de uma amiga, com o namorado em Vila de Abrantes. Quando passavam em frente a um posto de combustíveis, um carro preto parou. Um homem armado desceu, obrigou a adolescente a entrar no carro e mandou o namorado dela fugir. No dia seguinte, Adriane foi encontrada morta com três tiros em um matagal próximo à Estrada do Coco.
Fonte: G1
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