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28 de março de 2012

PM começa a substituir o Exército no Complexo do Alemão

Até junho, os cerca de dois mil militares do Exército serão substituídos por PMs no Complexo, no Rio de Janeiro. ONG questionou varreduras na área
Moradores das favelas estariam apreensivos e temendo
violações de direitos
VALTER CAMPANATO/ABR
Um homem foi preso por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na manhã de ontem, durante a ocupação das favelas de Nova Brasília e da Fazendinha, no Complexo do Alemão, Zona Norte da capital fluminense. A identidade e a suspeita que levou à prisão deixaram de ser divulgadas pela Polícia.

A operação representa o início da retirada de militares do Exército da comunidade. Eles estavam no local desde novembro de 2010. Até junho os cerca de dois mil militares serão substituídos por PMs.

De acordo com o Comando Militar do Leste, a transição será gradativa, até chegar ao Complexo da Penha. No Complexo do Alemão, a Secretaria de Segurança Publica do Estado pretende montar oito unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), uma em cada favela. A ocupação começou às 6 horas, sem haver qualquer tiro. Dois helicópteros sobrevoam as comunidades.

O diretor da organização não-governamental (ONG), Instituto Raízes em Movimento, Alan Brum, questionou a necessidade de varreduras na área. Segundo ele, os moradores das favelas estão apreensivos e temem possíveis violações de direitos. A ONG atua no Alemão há mais de 10 anos.

“Se o Exército já está aqui há tanto tempo, nosso questionamento é sobre a necessidade de uma varredura pelo Bope. Os locais mais problemáticos em relação à violência já estão mapeados e são de conhecimento público. Todos aqui estão muito apreensivos e há tensão por parte dos moradores”, afirmou.

O Exército mudou em semanas recentes a tática de atuação no Alemão e reforçou as revistas em todos os acessos às favelas da localidade.

De acordo com o coronel PM Fernando Fantazzini, relações públicas da Força de Pacificação, a nova estratégia, no entanto, não estava relacionada à entrada do Bope.

“Não podemos atuar sempre da mesma forma. Temos que mudar as estratégias para garantir sempre a efetividade e a segurança das nossas ações”, explicou. (das agências de notícias)

E agora

ENTENDA A NOTÍCIA

Depois da ocupação exitosa do Complexo do Alemão, as forças de segurança no Rio estão diante da segunda e mais importante etapa: implantar os equipamentos sociais e fazê-los funcionarem bem, para não haver retrocesso.

Saiba mais

O secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, disse ser ingenuidade achar que não haverá problemas na substituição das forças.
 
Na última segunda-feira, um líder comunitário foi morto na Rocinha - que tem UPP. O secretário disse que isso não mudará a estratégia.

Números

1,2 mil
Era o contingente total do Exército em dez favelas

 750
Policiais militares ocuparão favelas e servirão de apoio


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