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8 de fevereiro de 2013

Grupo usou nome de filho de Renan para aplicar golpes


Por : GABRIELA GUERREIRO
ERICH DECAT
DE BRASÍLIA

Folha de S. Paulo

Integrantes de uma quadrilha usaram o nome do filho do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para aplicar golpes em deputados e senadores.
Dez parlamentares foram lesados pelo golpe de criminosos que, por telefone, se passavam por outros políticos para conseguir dinheiro.
O golpe atingiu pelo menos quatro senadores: Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Ana Amélia Lemos (PP-RS), Eduardo Amorim (PSC-CE) e Paulo Bauer (PSDB-SC).
Alan Marques/Folhapress
Flexa Ribeiro (à dir.) ao lado de José Sarney; tucano foi alvo de quadrilha que aplicou golpe
Flexa Ribeiro (à dir.) ao lado de José Sarney; tucano foi alvo de quadrilha que aplicou golpe em parlamentares
Flexa e Bauer foram enganados por bandidos que se passaram pelo deputado Renan Filho (PMDB-AL), conhecido como Renanzinho.
Para Flexa, a quadrilha falou que o "filho" do agora presidente do Senado pediu R$ 2,5 mil como ajuda para um funeral de um familiar que teria morrido em Belém, onde estava o senador.
Os criminosos telefonaram diretamente para o seu celular. Acreditando ser Renanzinho, Ribeiro pediu a um assessor para depositar a quantia na conta repassada pela quadrilha. Dias depois, os criminosos voltaram a telefonar para o chefe de gabinete do senador pedindo mais dinheiro, mas ele desconfiou e acionou a Polícia do Senado.
"Percebi que era golpe, liguei de volta pedindo para ele buscar o dinheiro no gabinete mas, é claro, ninguém nunca apareceu para pegar", afirmou Gustavo Freitas, chefe de gabinete de Flexa.
Bauer disse que o golpe atingiu um de seus assessores. "Eu recebi em dezembro a ligação de uma pessoa se dizendo parente do Renan, que precisava de dinheiro para resolver uns problemas de passagens aéreas. Passei a ligação para o coordenador do meu escritório em Santa Catarina, que repassou o valor."
Segundo Bauer, o prejuízo foi de cerca de R$ 2.000. Após conversar com Renan e perceber que era golpe, o senador comunicou o ocorrido à Polícia do Senado --que deu início às investigações.
A quadrilha, integrada por quatro jovens de Alagoas e Sergipe, foi desmontada há 15 dias. Eles foram ouvidos e depois liberados. Se condenados por estelionato, podem pegar de 1 a 5 anos de prisão.
Amorim preferiu não se manifestar sobre o golpe. Para Ana Amélia, que foi vítima de um criminoso se passando pelo filho do senador Benedito de Lira (PP-AL), o prejuízo foi de R$ 1.650.
GOLPE ANTIGO
Em 2011, o atual líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), também foi alvo dos estelionatários. Na ocasião, depositou cerca de R$ 1.000 na conta dos golpistas após receber ligação com pedido de ajuda.
O deputado registrou queixa no Departamento de Polícia da Câmara, que identificou alguns membros da quadrilha que tinha como origem o Estado de Pernambuco.

O caso não integra o atual inquérito, mas deu subsídios às investigações. As informações são do site Folha de S. Paulo.

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