*Siderley Lima

Os protestos motivados pelo preço da passagem de
ônibus espalhou-se rapidamente pelas principais metrópoles
brasileiras e atingiu uma repercussão jamais vista, o movimento já entrou para
a história ultrapassando o número de pessoa das “diretas já”em 1984 e o pedido
de afastamento do cargo do presidente Ferando Collor em 1992.
Os últimos acontecimentos despertam no país alguns
assuntos que até pouco tempo atrás não havia muita preocupação. Manifestações
bem orquestradas, inicialmente com lideranças bem articuladas e uma causa
justa. Não vou entrar no mérito dos motivos e reivindicações.
Os causadores do movimentos além do aumento das
passagens estava as causas sociais, políticas, religiosas omissão e falência
das autoridades. Tudo o que estava no manual de Controle de Distúrbios Civis
acontecem, tudo de uma vez só. Entre os últimos dias dos acontecimentos,
destaco a tentativa de invasão a prefeitura de SP que foi impedida pela
Inspetoria de Operações Especiais da Guarda Civil Metropolitana. De forma
organizada e com treinamento conseguiu de forma brilhante impedir a entrada de
manifestantes. Tendo o merecido destaque em varios meios de comunicação.
Agora faço a seguinte pergunta: Quantas
Corporações de Guardas Municipais estão preparadas para o confronto semelhante
a de São Paulo? Quantas tem equipamentos ? Quantas já realizaram algum tipo de
treinamento de controle de distúrbio civil ? Lembrando que até pouco tempo
atrás a GCM de SP estava proibida de realizar tal treinamento, sendo que os
equipamentos haviam sido recolhido da referida Inspetoria, o detalhe é que
havia voltado aos treinamentos há pouco tempo.
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| Exemplo de equipamento completo GCM de Salvador/BA |
Em uma rápida pesquisa principalmente em SP, sem
nos aprofundar em outros estados vejam o balanço: Ônibus apedrejados; próprios
públicos pichados; Tentativa de invasão prefeitura de SP; tentativa de invasão
no Palácio do Governo; Lojas saqueadas; policiais feridos; Caos implantado nos
horários de picos; transtorno a população não envolvida; Carros da imprensa
queimados; Base da PM queimada; Guaritas da PM arrancadas do lugar; Incêndio a
ônibus; A Prefeitura de São Paulo informou que recebeu relatos de uma tentativa
de invasão no Teatro Municipal e todas as entradas foram fechadas. Os vitrais
na fachada foram pichados;
Infelizmente algumas corporações
espalhadas pelo país não teriam a mínima condição de realizar tal missão. Agora
reflitam comigo : "Se uma corporação não consegue nem fazer a
segurança de uma prefeitura que é o coração ou o cérebro da
administração pública municipal devido a falta de treinamento ou aquisição de
equipamentos, de quem é a culpa ? Se houvesse manifestações em todas as
cidades, as GCMs teriam condições de evitar igual a GCM de SP ?
Após duas semanas de passeatas e tumultos, as
corporações precisam rever seus conceitos no que diz respeito a segurança dos
próprios públicos em especial a segurança do Paço Municipal de cada Cidade. A
aquisição de equipamentos e o treinamento adequado são fundamentais.
O movimento foi pacífico em alguns
locais, porém alguns grupos agiram de forma totalmente fora de
contexto. Fica uma lição “ é impossível saber quem está numa
manifestação com milhares de pessoas. Porém é inadmissível fingir que entende
de segurança e não ter preparo algum.!
* Siderley Andrade de Lima, GCM de Jandira, exerceu a função de Supervisor
responsável pela coordenação de cursos e treinamentos, ex-subcomandante. É
consultor de segurança patrimonial, graduado do curso de Gestão em segurança
privada pela Universidade Paulista, Diplomado em Política e Estratégia pela
Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, idealizador do blog
sobre segurançahttp://gestorsegurancaempresarial.blogspot.com/; Colunista do
site de segurança www.dicaseg.com;
Membro da ABSEG- Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, autor dos
livros Manual Básico do Instrutor de Armamento e Tiro e Sobrevivência Policial
no Confronto Armado.
siderleyandrade@yahoo.com.br
Amigos da Guarda Civil

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