Bandidos roubam arma de Guarda Municipal

Homens armados invadem PAC do Bairro Industrial e levam armamento de guardas municipais

Dois homens armados invadiram o Posto de Atendimento ao Cidadão (PAC) do Bairro Industrial e levaram um revólver de calibre 38 usado por um dos guardas municipais que estava em serviço na noite deste domingo, 14. Na contabilidade da Prefeitura de Aracaju, esta é a terceira arma roubada na Guarda Municipal num período de cerca de três anos: uma no PAC da Guarda Municipal do Santa Maria, e a outra teria sido roubada do PAC do Bairro Aruana. Mas o Sindicato da Guarda Municipal e dos Agentes de Trânsito do Estado de Sergipe (Sigas/SE) avalia que esta seria a quarta arma roubada em um período inferior a dois anos.

Neste último assalto no Bairro Industrial, além do revólver da Guarda Municipal, os ladrões levaram um notebook e também um rádio de comunicação HT, que fora recuperado. Durante a fuga, o rádio caiu e os guardas pegaram. De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia Plantonista, os dois assaltantes chegaram ao PAC e, no primeiro momento, renderam um dos guardas que estava posicionado na porta do Posto Policial.

Eles já teriam chegado ao PAC perguntando pelo armamento da Guarda e, percebendo que um deles estava desarmado, o ameaçou e o fez entrar no Posto, onde havia um outro guarda com o revólver. Depois de conseguir a arma, os assaltantes fugiram ocupando uma motocicleta na cor vermelha de placa não identificada. Um dos guardas em serviço pegou seu próprio veículo, uma saveiro, cuja placa está sendo preservada, e saiu em perseguição, mas o veículo acabou se chocando com um canteiro e um dos pneus saiu, o que o impossibilitou a dar continuidade à perseguição. O episódio será apurado em sindicância interna, segundo informou o major Edênisson Paixão, diretor da Guarda Municipal de Aracaju. As imagens colhidas pelo Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) serão analisadas na tentativa de identificar os assaltantes, que não tiveram a preocupação de cobrir o rosto durante o assalto. “A ousadia é muito grande. A praça estava movimentada, havia mulheres com crianças que saíram correndo no momento do assalto e eles nem se preocuparam com o movimento”, comentou o major Edênisson.

Entre os guardas municipais há o sentimento de insegurança uma vez que nem sempre aqueles que estão em serviço possuem armas. Segundo admite o major Edênisson Paixão, falta a 1/3 do efetivo cursos que os habilitam ao porte de arma. “Fizemos o curso para 2/3 do efetivo e o prefeito Edvaldo Nogueira já está empenhado em buscar recursos para realizar outro curso para que todos sejam habilitados a portar arma”, informa o major Edênisson.

Para o presidente do Sigas/SE, Ney Lúcio dos Santos, falta interesse da Prefeitura de Aracaju em promover o curso, o que tem gerado, segundo o sindicalista, grande desconforto e insegurança entre os guardas municipais. “Não entendemos porquê a Prefeitura ainda não realizou o curso, enquanto isso os guardas trabalham sem armas, vulneráveis à ação dos bandidos. Tem dias que há quatro guardas em um Posto e apenas um está armado”, diz Ney Lúcio.

O major Edênisson não comunga com a tese do sindicalista e garante se tratar de um curso que demanda elevado volume de recursos. “Mas o prefeito já está empenhado em buscar os recursos para que o curso seja realizado ainda este ano”, comenta o major. Ele admite que o efetivo de 350 guardas municipais é insuficiente para atender à demanda em Aracaju e garante que a PMA também já analisa a possibilidade de abrir concurso público, mas não antecipou a previsão de data nem do número de vagas que serão abertas.

Por Cássia Santana