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16 de fevereiro de 2012

Secretário admite falhas em convênio suspeito de desvio de verba da GM

SIDDHARTHA CARNEIRO LEÃO FOI INDICIADO PELA POLÍCIA FEDERAL. SEGUNDO AS INVESTIGAÇÕES, OUTRAS DUAS PESSOAS FAZEM PARTE DO ESQUEMA.

O secretário de Segurança de Limeira, Siddhartha Carneiro Leão, indiciado pela Polícia Federal (PF) por desvio de dinheiro de aprimoramento para a Guarda Municipal (GM) admitiu nesta terça-feira (7) ter assinado as notas fiscais que comprovavam a conclusão do curso, mas que não analisou a prestação de contas porque desonhecia as irregularidades. Na investigação da polícia, são citados o nome do prefeito afastado Silvio Félix (PDT) e outras duas pessoas que integravam o esquema.
Leão disse que tomou conhecimento das supostas fraudes após o início das investigações. “Nunca houve motivo para desconfiança, só ficamos [sabendo] desse erro durante a execução do projeto em 2010, quando a PF instaurou um procedimento preliminar, nunca nem se pensou nisso”, afirma Leão.
A prefeitura recebeu do governo federal R$ 311 mil, entre 2007 e 2009, para o curso que não foi ministrado na íntegra para os guardas. Eles deveriam ter recebido treinamento sobre direito administrativo, penal e violência nas escolas.
A empresa MC Psicologia foi contratada para fazer o serviço, mas foi feita apenas uma avaliação psicológica e curso para o uso de armas. Como o caso cita o prefeito afastado Félix, que estava na administração durante as supostas fraudes, os procuradores federais encaminharam o caso para o Tribunal Regional Federal.
O sindicato dos GMs apresentou um abaixo-assinado com cem nomes informando que foram realizados os cursos. Segundo o presidente da categoria André Moisés, assim que descobriram a irregularidade tentaram conversar com a prefeitura, mas não foram atendidos.
Sobre o despacho da prestação de contas do convênio, Leão se defendeu justificando a rotina do trabalho e o volume de convênios assinados pela administração. “Pela minha posição de secretário, é normal que assine convênios, assine a prestação de contas, mas está sujeito ao erro sem dúvida nenhuma”, disse. Após os indícios de irregularidades, Leão disse que suspendeu as avaliações feitas pela empresa.
Em depoimento a polícia, a dona da empresa de treinamentos Margarete Cárnio disse que recebia orientação do ex-diretor da Guarda Municipal (GM) Nilton Xavier Ribeiro para o repasse em dinheiro e cheques na quantia de até 60%. Os dois e o secretário foram indiciados pela PF e respondem pelos crimes de falsidade ideológica.
Leão afirmou que uma nova empresa foi contratada e deve começar a trabalhar nas próximas semanas. A prefeitura de Limeira informou que devolveu, no ano passado, o dinheiro que tinha sido enviado pelo convênio com a Secretaria Nacional de Segurança.

Fonte: EPTV

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