Translate

27 de junho de 2013

Guarda Municipal de Campinas usará armas com tinta em protestos

Intenção é marcar vândalos que se aproveitam de manifestações para depredar.


Guarda Municipal de Campinas utilizará arma que dispara munições de tinta, para marcar vândalos flagrados em ato de depredação durante as manifestações.

Após três protestos realizados na cidade de Campinas (SP), que terminaram com atos de vandalismo da minoria dos participantes, os homens da Guarda Municipal local utilizarão uma arma que dispara munições de tinta, para marcar vândalos flagrados em ato de depredação durante as manifestações.
Segundo a Secretaria Municipal de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, a arma, modelo FN-303, é de fabricação belga, não-letal, e capaz de disparar cinco tipos diferentes de munição: tinta lavável, tinta indelével, pimenta, impacto e impacto com pó inerte. Ela é usada especificamente para o controle de distúrbios. 

A arma, modelo FN-303, é de fabricação belga, não-letal, e capaz de disparar cinco tipos diferentes de munição: tinta lavável, tinta indelével, pimenta, impacto e impacto com pó inerte. Ela é usada especificamente para o controle de distúrbios Foto: Éder Silva/Guarda Municipal de Campinas / Divulgação
A arma, modelo FN-303, é de fabricação belga, não-letal, e capaz
de disparar cinco tipos diferentes de munição: tinta lavável, tinta
indelével, pimenta, impacto e impacto com pó inerte. Ela é usada
especificamente para o controle de distúrbios
Foto: Éder Silva/Guarda Municipal de Campinas / Divulgação
De acordo com a assessoria da secretaria, a Guarda Municipal de Campinas possui três armas desse tipo. Elas foram adquiridas há cerca de um ano, mas não haviam sido utilizadas, mesmo após a sequência de manifestações na cidade. 
O uso da arma foi definido em uma reunião realizada nesta quarta-feira entre o prefeito da cidade, Jonas Donizette (PSB), o secretário de Segurança Luiz Augusto Baggio e os comandos das policias civil e militar, além da Guarda Municipal.
Além do uso da arma, as forças de segurança pretendem reunir imagens, em fotos e vídeos, de pessoas que forem capturadas em atos de vandalismo. De acordo com informações do delegado seccional de Campinas, José Carneiro de Campos Rolim Neto, pelo menos 28 pessoas já foram identificadas. Entre elas, 12 adolescentes. Os suspeitos deverão ser indiciados.
“Todas as forças policiais envolvidas nessas manifestações estão orientadas para o não uso da violência”, disse o prefeito. “No entanto, a população também espera que haja ações para conter esses casos de vandalismo. Por isso, estamos cooperando para que esses suspeitos sejam identificados e enquadrados nos termos legais.”
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.



Nenhum comentário:

Postar um comentário